Oficina de Jucylande Júnior no segundo dia do evento |
Olhares atentos dos aprendizes nas dicas do mestre |
O movimentado stand do Clube dos Quadrinheiros de Manaus |
Gibis fazendo a festa do público no stand dos Quadrinheiros |
O grupo no segundo dia. Da direita pra esquerda: Jucylande Júnior, Mário Orestes, Jhonnes Nekko, Augusto Severo, Rogério Romahs e João Vicente |
Um Gato entre uns Pombos
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Não, Eu não Sei Desenhar.
Eugênio Passos.
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Dedicado ao Clube dos Quadrinheiros de Manaus.
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"O (duplo) sonho do faraó reduz-se a um só (...) o sonho é um só.”
(Gn. 41, 25-26.)
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"Não, eu não sei desenhar", pensa o gato
Gordo, ruminando suas perplexidades.
Lá fora, estão uns pombos
Esdrúxulos, planando condoreiramente.
"Estranhos, aqueles pombos", reflexiona o gato,
Perplexo, meditando quão insólitos, aqueles pombos,
Que não arrulham, mas grasnam,
Não voam, mas pairam.
"Vulturinos são, e não columbinos!", exclama o gato],
Silencioso, de si para si, quando os pombos,
Ebâneos, e não ebúrneos,
Circulam, infindos, no páramo empíreo,
Em vez de esvoaçar, circunscritos, à beira dos telhados.
"Não, eu não sei desenhar", boceja o gato,
Lasso, refestelado nuns como devaneios,
Enquanto, lá fora, uns pombos, aqueles,
Entregam-se a orgiásticos volteios.
O gato dorme e sonha: ei-lo entre uns pombos, aqueles]
E, em sonho, indaga-lhes a eles:
"Não vos importa que eu não seja um gato, porquanto voe?"];
Mas qual resposta melhor ressoe,
Senão o desenho que traçam aqueles gatos,
Embora voem?