Bem vindo e fique a vontade. Agradecemos qualquer comentário, sugestão, crítica ou colaboração.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Mulheres Reagem a Machismo no Mundo das HQs


Bayou Arcana é um dos títulos mais ansiosamente aguardados a emergir do dinâmico cenário britânico de gibis e graphic novels. Mas a antologia de horror “gótico-sulista” está causando espécie por razões que não se limitam a suas imagens e tramas sombrias. A antologia é fruto de um experimento singular que reúne uma equipe de ilustradoras formada inteiramente por mulheres e uma equipe de autores de texto composta só de homens. Ela ilustra como uma nova geração de mulheres – artistas e leitoras – está mudando radicalmente a aparência das histórias em quadrinhos.

“Há uma sensibilidade encontrada na arte de mulheres que simplesmente não aparece no trabalho de muitos homens”, explica James Pearson, que editou a antologia. Bayou Arcana relata a história de escravos foragidos que se refugiam em um pântano. “O modo como elas interpretam o horror possui uma profundidade adicional, e isso faz parte do experimento. É uma abordagem bastante sensível a um tema visceral.”

Prevista para sair este ano, a antologia chega no momento em que cresce o impulso por mudanças na cultura das HQs, ainda vista como sendo dominada por homens jovens, sérios, de cavanhaque e rabo de cavalo. “Historicamente falando, o setor das HQs sempre foi muito dominado por homens. Mas recentemente uma mudança vem ocorrendo”, diz Lisa Wood, cofundadora do festival Thought Bubble, um evento de seis dias de duração em Leeds que é descrito como o maior evento anual britânico que celebra todas as formas de “arte sequencial”. “De repente, estamos ouvindo as experiências e opiniões de mulheres sobre política, religião, sexo e maternidade. O mais importante, porém, é que essas histórias não são criadas exclusivamente para mulheres – elas são para todos.”

Políticas de combate ao assédio

Wood citou Persépolis, o livro autobiográfico (transposto para o cinema em um filme de animação indicado ao Oscar) de Marjane Satrapi sobre sua adolescência e juventude no Irã; Fish and Chocolate, de Kate Brown; e Fluffy, de Simone Lia, como exemplos da mudança. “Essas histórias abordam o gênero com humor delicado e emoção inteligente”, disse ela. O Thought Bubble, cujos workshops e fóruns em novembro celebraram as autoras e ilustradoras, reflete a voz crescente das mulheres num cenário que tradicionalmente tem sido masculino. O festival atraiu artistas renomadas, como Posy Simmonds, criadora de Tamara Drewe, e Suzy Varty, que em 1977 publicou a primeira antologia de HQs do Reino Unido, Heroine. Outras convidadas de uma nova geração incluíram artistas do grupo de HQs dinamarquês Penneveninder, a americana Becky Cloonan e a britânica Emma Vieceli.

“É realmente importante para nós dar destaque a mulheres no setor das HQs, especialmente porque muitas pessoas de talento acabam sendo passadas por cima por outras convenções de HQs no país”, diz Wood. “Basta olhar para a lista de convidados a qualquer grande convenção: a disparidade é evidente.”

Não são apenas as artistas e autoras que estão encontrando sua voz. Em conjunto com o site de campanhas sociais Change.org, um grupo de mulheres fãs de HQs nos Estados Unidos se prepara para lançar um movimento para combater o assédio em convenções de HQs. “O assédio físico e verbal é comum em convenções de HQs e outras convenções voltadas ao público geek – por parte de convidados, presentes e funcionários”, diz Jessica Plummer, uma das organizadoras de um abaixo-assinado que pede a adoção de políticas de combate ao assédio.

Fórmula que não funciona mais

“Já vi comentários sobre vários tipos de assédio, desde comentários inapropriados até estupro. Já vi mulheres sendo bolinadas por desconhecidos porque estavam trajando figurinos. No que diz respeito à cultura mais ampla dos quadrinhos, muitas mulheres fãs de HQs contam que são ignoradas, assediadas ou tratadas com hostilidade nas lojas de HQs. E ocorre bullying persistente online contra as mulheres.”

O abaixo-assinado previsto chegará na esteira de outro, em 2011, que expressou a revolta de leitoras com a falta de autoras e personagens femininos na DC Comics, dona dos direitos sobre personagens como Superman e Batman. Quando a DC Comics relançou sua linha inteira de títulos sobre super-heróis, a proporção de personagens femininas em seus gibis caiu de 12% para 1%. Mais de 4.500 fãs telefonaram à DC, pedindo que tomasse “medidas contra esses números terríveis, ofensivos, sob pena de continuar a ver suas vendas caírem”. A DC insiste que está levando a questão muito a sério e apontou para autoras como Nicola Scott, Felicia D. Henderson e Gail Simone. E chamou a atenção para personagens da DC como Mulher Maravilha, Batgirl, Mulher-Gato e Batwoman, reinventada como lésbica.

Apesar disso, blogueiras que escrevem sobre HQs, como Vanessa Gabriel, dizem que a DC e a Marvel – que, juntas, dominam o mercado – vêm demorando a reagir concretamente às preocupações de suas leitoras. Gabriel diz que a DC está se saindo melhor quando se trata de criar personagens femininas de destaque e que seu sofisticado selo Vertigo causou boa impressão, mas que “o sangue e a violência gratuita prevalecentes em muitos títulos da Marvel reduzem a abrangência de seu público”. Para ela, “essa é uma fórmula que pode ter funcionado bem para a Marvel e a DC no passado, mas está claro que não está funcionando mais”.

Leitoras crianças

Outra comentarista americana, Laura Hudson, vincula a escassez permanente de mulheres criadoras e tomadoras de decisões no setor das HQs ao fato de a maioria dos títulos para o mercado de massas “variar de gibis em que as mulheres são sexualizadas a gibis em que elas são fortemente sexualizadas de maneira ofensiva”. Hudson, que edita o site ComicsAlliance, diz que “desenhar mulheres com cinturinhas inviavelmente finas e seios imensos, em trajes reveladores, é a norma estética nas HQs sobre super-heróis, e, institucionalmente, é difícil romper com ela. Enquanto isso, as HQs independentes, incluindo os webcomics, têm uma proporção muito menos desigual entre criadores homens e mulheres. E, não por acaso, adotam uma abordagem muito mais balanceada e diversificada às mulheres.”

É também esse o caso dos graphic novels, cujo boom recente vem ajudando a atrair novos leitores, além de grandes livrarias. A artista e letrista Nichola Wilkinson, que faz parte da equipe responsável por Bayou Arcana, diz que pesquisas das quais ela participou no Reino Unido sugerem que as mulheres tendem a comprar suas graphic novels em grandes livrarias, como a Waterstones, e não nas lojas tradicionais de quadrinhos. “Está ocorrendo uma mudança no comportamento de compra e consumo, com a qual mais gibis são vendidos como coleções ou graphic novels extensos, em livrarias”, diz Wilkinson. “Com isso, foi aberta a porta para que editoras independentes menores produzam HQs cobrindo uma gama maior de temas.”

E as grandes editoras estão diversificando sua produção. Exemplos deste ano incluem Marzi: A Memoir, uma graphic novel da Vertigo, pertencente à DC. Escrita por Marwena Sowa, é o relato de sua infância e adolescência na Polônia dos anos 1980, mostrando Chernobyl e a queda do comunismo sob a ótica de uma criança. É algo que difere completamente das narrativas dos super-heróis tradicionais. Aclamado pela crítica, o livro vem tendo boa acolhida com os poloneses da Polônia e os que vivem fora do país. “Na semana passada, tive um encontro em Bruxelas com leitores, entre os quais muitos poloneses de minha geração. As garotas disseram que, desde que foram viver fora do país, não falam sobre como era sua vida na Polônia. Elas simplesmente compram um exemplar de Marzi e o dão para seus novos amigos, dizendo ‘era assim’.”

Sowa acrescenta: “Não existe separação entre HQs criados por homens ou mulheres. Mas, para mim, não é estranho que eu tenha leitoras e que muitas delas sejam crianças”.


Fonte: Observatório da Imprensa
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed677_mulheres_reagem_a_machismo_no_mundo_das_hqs

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Alan Moore Discute Ciência e Religião e Divulga Mensagem de Feliz Ano Novo

"Mesmo que percamos tudo o que é físico, contanto que tenhamos a memória de como reconstruir não teremos perdido nada" é excelente dica para o fim do mundo
Érico Borgo31 de Dezembro de 2011

Glycon, O Deus-Serpente Paris Hilton
Alan Moore anda aparecendo bastante. Depois de um longo monólogo recente em uma webcam, o quadrinista fez uma palestra no evento Novo Humanista - Ideias para pessoas sem deus. Vestindo uma camiseta escrito "Sperm" (esperma), com a tipografia de "Superman", o autor depois repetiu nos bastidores sua palestra sobre ciência e religião. Leia abaixo os melhores momentos e assista ao vídeo na sequência.Moore começou citando algumas teorias sobre a nossa existência e o início da vida. "Há a teoria de que os universos se reproduzem e que o novo foi criado pelo canal uterino de um buraco negro. Também existe a ideia de que estamos vivendo em uma simulação computadorizada e que somos hologramas projetados do outro lado do espaço. São ideias em que alguns acreditam e que são tão estranhas hoje quando as nossas descobertas sobre o espaço seriam alguns séculos atrás". O criador de Watchmen disse também que sempre se impressiona com as teorias dos cientistas e sua imaginação. "Newton era um alquimista, que disse que era um pigmeu sobre os ombros de gigantes. Um deles era o doutor John Dee, que praticamente inventou o Império Britânico. Pessoas como essas eram os cientistas da época, ou filósofos naturais, cujo trabalho era mensurar o imensurável, ou imaginar o inimaginável. Esse trabalho continua até hoje, dividido entre cientistas e artistas"O quadrinista continua dizendo que acredita que somos anfíbios, no sentido de termos vidas em dois espaços, o material e o imaterial, das ideias, que existe dentro de nossas mentes. "São ambos reais de sua própria maneira. Tudo o que é físico e criado pelo homem começou como um ideia, dentro da cabeça de alguém". Mensagem importante, caso você esteja se preparando para o fim do mundo...Moore termina o papo falando sobre o conflito entre ciência e racionalidade contra a religião. "A racionalidade está sob sitio, em sua maioria por fundamentalistas cristãos americanos. Eles preferem acreditar que Adão e Eva existiram em um tempo em que sabemos que os dinossauros caminhavam sobre a Terra. Isso é assustador. Tudo isso é conhecimento pelo qual lutamos tanto tempo e de forma tão difícil para obter... é um retorno ao abismo da Idade das Trevas. Informação é nosso bem mais precioso e se a perdermos estamos ferrados. Mesmo que percamos tudo o que é físico, contanto que tenhamos a memória de como reconstruir não teremos perdido nada. O problema é que isso aflige tanto os nossos cientistas que eles estão tomando posições que também beiram a religião para defendê-las. Etimologicamente, a palavra religião não tem nada a ver com espiritualidade, mas com união, ligação em torno de algo. Nesse sentido, o Marxismo é uma religião. As várias escolas da Física também o são. O problema é que as religiões, no sentido que conhecemos a palavra hoje, criam dogmas, que são limitações ao pensamento - e isso nunca é uma coisa boa".Em outro momento recente de Moore, ele deixou uma mensagem de "Feliz Ano Novo" para os ouvintes da BBC Radio 4. Leia abaixo (via Bleeding Cool). "Olá a todos. Meu nome é Alan Moore e eu ganho a vida criando histórias sobre coisas que nunca existiram. Quanto às minhas crenças espirituais, elas remontam a um deus-serpente com cabeça humana do século II chamado Glycon, que foi revelada como sendo, na verdade, um boneco de ventríloquo, há quase dois mil anos. Encontrado em todo o Império Romano, Glycon foi a criação de um empresário conhecido como Alexander, o Falso Profeta, um nome terrível para se começar qualquer negócio. O boneco tinha corpo de jiboia de verdade, viva, e sua cabeça artificial tinha olhos grandes e um longo cabelo loiro. Glycon se parecia bastante, na verdade, com Paris Hilton, mas talvez mais adorável e com um corpo biologicamente mais verossímil. Visual à parte, meu interesse pelo deus-serpente é puramente simbólico. Na verdade, esse é um dos símbolos mais antigos da humanidade, que significa sabedoria, ou, de acordo com o etno-botânico Jeremy Narby, o próprio formato da espiral de DNA. Mas eu também estou interessado em ter um deus que é assumidamente um boneco de ventríloquo. Afinal de contas, não é assim que usamos a maioria das novas divindades? Podemos ler nossos livros sagrados e escolher uma passagem ambígua específica e uma interpretação em detrimento de outra e podemos fazer nossos deuses justificarem assim qualquer desejo imediato. Podemos fazê-los dizer o que quisermos. A maior vantagem de endeusar um boneco de meia de verdade e que, se as coisas começarem a fugir do controle, ou parecerem injustas, você pode jogá-lo na gaveta. E ele não tem opção a não ser ir para a gaveta. Bom, em nome de Glycon e eu, tenham todos um Ano Novo muito feliz".Assista ao vídeo sobre ciência e religião abaixo:



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Fotos do Encerramento do 1º ECO HQ - 23/12/2011

Componentes da mesa redonda, com a temática "Quadrinhos e Meio Ambiente", da esquerda pra direita: o pesquisador Homero, o organizador cultural Evaldo Vasconcelos, os quadrinheiros Mário Orestes e Bruno Cavalcante

A placa de membro honorário do Clube dos Quadrinheiros de Manaus para o Juiz da Vara de Meio Ambiente e Questões Agrárias, Dr. Adalberto Carim

Algumas lendas amazônicas foram retratadas em histórias em quadrinhos e expostas no evento

Preservação ambiental como temática das histórias em quadrinhos expostas no 1º ECO HQ

Público e quadrinheiros interagem durante o evento

Charges e tiras de cunho ambiental também  fizeram parte da exposição

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Fotos da Abertura do 1º ECO HQ - 19/12/2011

Banner apresentando o Clube dos Quadrinheiros e programação do evento

Da esquerda pra direita: Al Ramon, Mário Orestes, Virgínia Allan, Dr. Adalberto Carim (Juiz da Vara de Meio Ambiente), Cristopher, Augusto Severo, Janilson Cardoso e Luis Carvalho

Alguns membros do Clube dos Quadrinheiros de Manaus, da direita para esquerda: Luis Carvalho, Cristopher, Plínio Campos,  Augusto Severo (abaixo), Al Ramon, Virgínia Allan, Janilson Cardoso, João Vicente e Mário Orestes

Luis Carvalho, Mário Orestes, João Vicente, Janilson Cardoso, Augusto Severo, Al Ramon, Virgínia Allan e Cristopher

Vista parcial dos Quadrinheiros interagindo com o público na exposição

O Quadrinheiro Al Ramon e parte de sua obra exposta

Vista parcial da abertura do 1º ECO HQ

O Quadrinheiro Jahn Cardoso e parte de sua obra exposta

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mesa Redonda do 1º ECO HQ

Como parte da programação do evento 1º ECO HQ, realizado pelo Clube dos Quadrinheiros de Manaus no Espaço da Cidadania Ambiental (ECAM) no Shopping Manauara, haverá a mesa redonda com a temática “Quadrinhos e Meio Ambiente”.  Compondo esta, teremos o pesquisador Homero, o psicólogo, roteirista e músico Augusto Severo, o Administrador e quadrinheiro Mário Orestes, o organizador cultural Evaldo Vasconcelos e o Juiz da Vara de Meio Ambiente e Questões Agrárias, Dr. Adalberto Carim Antônio.
A mesa redonda acontecerá no dia de encerramento do evento (23 de dezembro) as 19:30 e será aberta para o público em geral.  Maiores informações sobre o evento, podem ser conferidas no blog http://www.clubedosquadrinheirosdemanaus.blogspot.com/
Abaixo alguns dos participantes da mesa redonda.

Augusto Severo - Psicólogo, roteirista e músico

Mário Orestes - Administrador e quadrinheiro

Evaldo Vasconcelos - Organizador Cultural

Dr. Adalbero Carim - Juiz da Vara de Meio Ambiente e Questões Agrárias

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

#Tezuka Day


Osamu Tezuka nasceu a 3 de Novembro de 1928. Iniciando sua carreira nos akai-hon – os livros vermelhos das editoras de Osaka que atendiam às locadoras de quadrinhos de seu tempo. Quando iniciou sua carreira nos quadrinhos japoneses, antes mesmo da Segunda Grande Guerra, eles refletiam a influência das tiras de jornais americanas, sim, mas tinham uma natureza completamente distante do que conhecemos como manga nos dias de hoje.

Ele aplicou um verdadeiro desfibrilador no coração de seus leitores ao introduzir a narrativa cinematográfica na obra considerada o marco zero da estética mangá: Shin Takarajima, em 1946. A reação geral fez com que muitas pessoas se sentissem estimuladas a entrar no ramo, mas ele poderia ter sido simplesmente um autor pioneiro destinado a ser superado por todos aqueles que viessem depois. Não foi isso o que aconteceu.

Tezuka era inquieto e criativo, sempre explorando novas possibilidades. Definiu o que conhecemos como estética mangá, estabelecendo os princípios da narrativa que a guiam até hoje. Apaixonado por cinema, normatizou o modo de inserir sua linguagem em quadrinhos, transformando os mangas em uma mídia visual, dinâmica e intensa – uma linguagem a parte dentro do universo da arte sequencial. Ao produzir o primeiro desenho animado para a televisão, criou os princípios básicos que definiriam aquilo que chamamos de anime hoje em dia. Criou personagens legendários como Kimba e Astro Boy, simbólicos para a produção japonesa. Enveredou por todos os gêneros possíveis, deixando sua marca em todos eles.
Produziu para crianças e adultos, foi inimaginavelmente prolífico. Suas histórias oferecem novas leituras, flutuando acima dos modismos e da passagem do tempo. Como autor ele trafegou e deu início a tantas vertentes que dificilmente outra pessoa teria feito o que ele fez: semeou todos os caminhos pelos quais o mangá e os animes iriam crescer depois dele.
É por essa importância aos mangás e animes desse grande mestre que estamos prestando nosso pequeno tributo: o Tezuka Day. Blogs, vlogs, podcasts e artistas estão tirando este dia 17 de Dezembro para dedicar à obra de Tezuka. Ainda é pouco, visto sua importância, mas fica o registro e o nosso respeito, que você leitor, possa respirar do mangá como o mestre Tezuka respirou.
Equipe #TezukaDay
Os mangás e os animes nas últimas décadas conseguiram um enorme crescimento, se expandindo para todos os cantos do planeta. Mas se hoje eles têm toda essa relevância, muito se deu pela grande mente de um homem: Osamu Tezuka. Pensando nisso, fãs brasileiros resolveram se unir para criar um grande evento que não somente homenageie esse mestre dos quadrinhos, mas que possa fazer os novos fãs da cultura pop japonesa entenderem e conhecerem o seu imenso legado. Unindo os maiores sites, blogs, vlogs e podcasts sobre a cultura pop japonesa do Brasil, o dia 17 de Dezembro foi escolhido como o 'Tezuka Day'. Este será um dia para conhecer mais sobre o autor e suas obras através de análises, promoções e sorteios. Buscaremos alcançar um lugar nos Trending Topics do Twitter com a hashtag #TezukaDay e para isso pedimos a ajuda de todos os fãs, não importando a nacionalidade, para que nesse dia o nome de Osamu Tezuka seja conhecido por todos. Para mais informações acesse a fanpage do evento: http://www.facebook.com/tezukaday Equipe #TezukaDay Contato: TezukaDay@gmail.com
Regras do concurso de ilustrações
- O concurso de ilustrações do #TezukaDay visa premiar ilustradores que queiram homenagear Osamu Tezuka e/ou suas obras.
- As ilustrações devem ser enviadas ATÉ 23:59 do dia 19/12 para o e-mail TezukaDay@gmail.com para que sejam posteriormente postadas pelos organizadores do evento na Fanpage.
- Apenas as ilustrações enviadas por email serão consideradas.
- A ilustração deve fazer uma referência clara ao Osamu Tezuka e/ou suas obras.
- Será aceito qualquer estilo de desenho, não somente o mangá.
- Sendo um concurso de amadores, não serão aceitas ilustradores profissionais. No caso da descoberta disso o mesmo será desclassificado.
- A decisão da melhor ilustração será feita pelos organizadores do evento, com divulgação na fanpage no dia 20/12.
- O desenhista deve obrigatoriamente morar no território brasileiro e serão desclassificadas cópias de desenhos já existentes (como do próprio Tezuka) ou ilustrações publicadas em outros locais antes do encerramento do concurso.
- Premiação: KIT Osamu Tezuka Completo da NewPop
OBS: O volume 4 de Dororo será lançado pela editora NewPop apenas em Janeiro. Fica por conta do vencedor aceitar esperar até Janeiro para receber este o Kit inteiro ou receber antes, mas sem o volume 4.
Regras do Quiz
- O Quiz será um interação com os usuários que curtirem a fanpage do #TezukaDay
- A partir de 00:01 do dia 17/12 até as 23:59 do mesmo dia serão colocadas na Fanpage do #TezukaDay perguntas diversas sobre o Osamu Tezuka e suas obras, em horários aleatórios.
- A primeira pessoa que responder a pergunta corretamente nos comentários (ou o mais próximo possível da resposta correta) ganha um ponto.
- No final do quiz, o usuário que tiver mais pontos acumulados será considerado o vencedor. Este deve obrigatoriamente morar em território brasileiro e estar curtindo a Fanpage.
- Em caso de empate será escolhido um horário pré-estabelecido para ser enviada uma questão de desempate. O primeiro (entre os que empataram) a acertar leva o prêmio.
- Não serão aceitos perfis criados unicamente para participar de promoções.
- Caso ocorra algum problema ou situação que não esteja coberta pelas regras, a equipe responsável pelo Tezuka Day julgará o caso. A decisão final é irrevogável.
- Premiação: KIT Osamu Tezuka Completo da NewPop.
OBS: O volume 4 de Dororo será lançado pela editora NewPop apenas em Janeiro. Fica por conta do vencedor aceitar esperar até Janeiro para receber este o Kit inteiro ou receber antes, mas sem o volume 4.
Regras dos sorteios no Twitter - Serão sorteadas 4 pessoas que postarem no seu Twitter a seguinte frase: "Quero ganhar os mangás de Osamu Tezuka e poder viver em seus sonhos - http://t.co/fz2uAYv #TezukaDay" 1 – O sorteio será realizado pelo site sorteie.me em um sistema completamente aleatório. 2 – Teremos apenas QUATRO vencedores que receberá cada apenas UM kit com os dois mangás. 3 – Não serão aceitos perfis que foram criados só para promoções. Caso isso ocorra, o sorteio será repetido. 5 – Só serão aceitos participantes que morem em território brasileiro. O prazo limite é a meia-noite de sábado (dia 17/12/11) para domingo (dia 18/12/11)! A divulgação dos vencedores será feita ao meio-dia do dia 18/12.
- Premiação: 1 volume de Metrópolis e 1 volume #1 de Dororo para cada sorteado.
Regras do concurso de fotos
- O concurso de fotos do #TezukaDay visa premiar fotografias que queiram homenagear Osamu Tezuka e/ou suas obras.
- As fotografias devem ser enviadas ATÉ 23:59 do dia 19/12 para o e-mail TezukaDay@gmail.com para que sejam posteriormente postadas pelos organizadores do evento na Fanpage.
- Apenas as fotografias enviadas por e-mail serão consideradas.
- A fotografia deve fazer uma referência clara ao Osamu Tezuka e/ou suas obras.
- Fotos editadas serão desclassificadas automaticamente.
- A decisão da melhor fotografia será feita pelos organizadores do evento, com divulgação na fanpage no dia 20/12.
- A pessoa deve obrigatoriamente morar no território brasileiro e serão desclassificadas fotos plagiadas ou fotografias publicadas em outros locais antes do encerramento do concurso.
- Premiação: KIT Osamu Tezuka Completo da NewPop.
- As pessoas envolvidas na foto devem estar ciente da mesma e cedem seu uso de imagem para divulgação pelos organizadores do #TezukaDay, sem fins lucrativos do uso da mesma.
OBS: O volume 4 de Dororo será lançado pela editora NewPop apenas em Janeiro. Fica por conta do vencedor aceitar esperar até Janeiro para receber este o Kit inteiro ou receber antes, mas sem o volume 4.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Duna em Quadrinhos


A obra-prima de Frank Herbert e um dos maiores romances da ficção mundial vai ganhar uma versão em quadrinhos em julho de 2012 pela polêmica Boom! Comics, que até recentemente publicava nos EUA revistas da franquia Disney como Os Incríveis, Duck Tales e Darkwing Duck - algumas delas com nível de qualidade muito abaixo do tolerável! Duna será escrito por Brian Herbert (filho do famoso autor) e Kevin J. Anderson, que juntos já publicaram vários livros expandindo a série original. Nenhum artista ainda foi anunciado, mas o site Comic Book Resources já divulgou a capa do especial Dune: Origins, produzida pelo desenhista brasileiro Rael Lyra. Dune: Origins será distribuído durante o "Free Comic Book Day", evento que ocorre nos EUA em 5 de maio de 2012.]

Fonte: CBR

Blog de Rael Lyra: http://raellyra.blogspot.com/

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Capitão Presença

Um dos maiores objetivos das histórias em quadrinhos é o entretenimento, logicamente que a diversão está diretamente implícita neste vetor.  Por ventura encontram-se outros teores como informação, contexto sexual, subversão, documentação, educação etc.  No caso de Capitão Presença, a diversão é o expoente elevado ao exagero inimaginável.  Sendo esta uma HQ a visar um público leitor que, no mínimo, conheça a tão maldita Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha.
Personagem nacional criado pelo carioca Arnaldo Branco (quadrinhista que publica tiras nas revistas Bizz, Tarja Preta, Sexy e no Diário da Manhã de Goiânia), Capitão Presença é um anti herói que sempre surge pra salvas qualquer usuário de maconha com um estoque gratuito, quando a erva está em falta; eis a origem de seu nome.  Seu super poder, Além da faculdade de voar, está na habilidade de sempre ter em sua posse uma quantia satisfatória da Cannabis.  Habilidade esta que, por ventura, falha, levando todos ao desespero.  Vez ou outra, o barbado também sofre embates com “autoridades legais”, devido à “natureza de seu perfil”.  Antes da acusação de apologia às drogas, deve-se considerar o direito de liberdade de expressão explorado na arte que apresenta um personagem humorístico criativo, caricato em sua essência e que não prega o uso da droga em questão.  Seu visual é do típico flerte com a causa.  Barba por fazer, as vezes pupilas dilatadas, porte não atlético (beirando o franzino), cabelos compridos, um baseado no canto da boca e roupa totalmente verde com a sweet leaf estampada no peito.  Artefatos como isqueiros, piteiras, narguilês e outros, podem fazer parte de seus utensílios em suas histórias que variam de tiras a páginas corridas.  Presença não é o único protagonista.  Seu universo abrange histórias com outros personagens.  “Super Aba” que é uma espécie de ajudante, ironicamente, mirim; “Malhado” o seu fiel cão de guarda e “Mané Bandeira” que faz jus ao nome em sempre se deixar flagrantear.  Por incrível que pareça, o ícone dos maconheiros nos quadrinhos, já teve um comic book de 144 páginas publicado pela editora Conrad (disponível a venda pela internet) e conta com a colaboração de nomes como Daniel Azulay, Laerte, dentre outros menos conhecidos.  Um fato curioso diz respeito aos direitos autorais do personagem que são livres para uso de produção por quem desejar.  Isso faz com que seja fácil encontrar o Presença nos mais variados traços e estilos.
Não precisa ser usuário de maconha pra gostar das bem humoradas histórias.  Aliás, todo mundo conhece alguém ou algum caso deste meio.  O que vale então, é o olhar cômico do leitor para a peculiaridade em si.  Mesmo sem considerar a polêmica, Capitão Presença é um projeto corajoso, underground, pós-moderno, necessário para a quebra de paradigmas e referência para os quadrinhos alternativos.
Procure ler que á diversão garantida.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Natal Chegou


(E chegou também a época de maior hipocrisia da humanidade)

Não gosto do NATAL.

Uma amiga, em certa situação, já me apelidou de Grinch (aquele bicho verde aficcionado com a idéia de destruir o Natal). Não odeio de fato. Eu gosto da ideia da família reunida, da comida e da bebida. 

Aliás, são três coisas que podíamos ter toda semana. Mas uma grande maioria das pessoas prefere ver a família, comer e beber em honra ao aniversário do Big Boss "Jesus Christ", isso imaginando que ele realmente nasceu no tal dia! 

Não cabe a mim levantar fatos sobre isso, todo mundo que já leu sobre isso sabe que a data o nascimento do cara foi decidida num conselho romano, que promoveu o sincretismo religiosos mais convincente do ocidente. O resto é balela.

Natal Lembra o papai Noel. E com o tempo, Papai Noel barrou o JC.

Refiro-me ao Papai-Noel da Coca-Cola. Esse sim é pop! Tem jingle, filme, o caralho a quatro. Mora no Pólo Norte, tem uma fábrica de brinquedos onde ELFOS o ajudam a construir brinquedos para TODAS (a iah aiuah iau ha) as crianças do mundo. Ah, ele voa num trenó mágico puxado por renas. ACREDITEM SE QUISER!

Fuleraram com o Noel. O Mito verdadeiro é muito mais legal.

Ele não se chamava Papai Noel, ele se chamava Korvatunturi.

Um velho demoníaco, de mais de 4 metros de altura, com garras, chifres gigantescos, barba ensaguentada.

Morava em uma caverna, mas perambulava durante o fim do ano por toda a floresta. Carnívoro, comia renas inteiras. RENAS!

Mas seu prato favorito eram crianças desobedientes. Caso as crianças não se comportassem bem no ano, o Korvatunturi aparecia na vila, raptava o garoto desordeiro, e o fervia VIVO em óleo fervente, para então chupar o tutano dos seus ossos.

Então, os pais colocavam pedaços frescos de renas nas cercas das propriedades, para que o Velho demoníaco mudasse de ideia, e levasse a carne e não a criança. 

Quando satisfeito, o Korvatunturi colocava um pequeno presente, no lugar da carne, para a criança comportada (e não devorada). Presentes pras crianças boazinhas!

Com o advento do cristianismo, principalmente nessas regiões frias, o Korvatunturi também foi sincretizado, tornando-se o São Nicolau, o Santa Klaus e outros “santos” que adoram criancinhas no Natal.

E no fim, até esses santos foram perdendo seu caráter religioso, tornando-se o Papai-Noel Pop Caucasiano Ocidental Americano.

Fato importante a ser colocado é que em quase todas as culturas da antiguidade que viviam em regiões geladas possuem algum tipo de “feriado”, culto especial, reunião comunitária, onde as pessoas da tribo se reuniam para festejar, mas o verdadeiro intuito de tais celebrações era manter os entes-queridos próximos, pois é no inverno que o perigo ronda a floresta: lobos, ursos, desfiladeiros. FESTEJAR no fim do ano, naquela época, era uma boa desculpa pra você ficar por perto, e evitar que fosse devorado a trinta passos da aldeia.

Claro, tudo acabou se tornando um mix de refrências iconográficas, e qua ainda se utilizam do fantástico e do misterioso (como as religiões tanto se utilizam) para se fazerem vivas na mente das pessoas. Convenhamos: Um velho gordinho, que mora com ELFOS no pólo Norte, QUE VOA NUM TRENÓ... Religião e mito até dizer chega, né?

Natal tá chegando. Presente, lasanha, champanhe e tudo que há de bom para as pessoas. Mas cá entre nós... Diante do (suposto) nascimento de Jesus Cristo, diante do Papai-Noel da Coca-Cola... Não é meio que MAIS DIVERTIDO imaginar que, há muito, muito tempo atrás, havia algo realmente sombrio e arrepiante no inverno?

Não é divertido imaginar o Natal com o Korvatunturi?

Eu acho que sim.


-Augusto Severo, Ateu, músico, estudante de História e fã do verdadeiro Papai-Noel

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Metamorfose

Adaptações geralmente perdem qualidade na mudança de linguagem.  Mais ainda quando se trata de um clássico da literatura universal.  Raras são as exceções em que essas adaptações viram verdadeiras obras de arte e tornam-se referência naquilo que se propõe.  O caso em si é o livro “A Metamorfose” de Franz Kafka que virou graphic novel ilustrada por Peter Kuper.  Na verdade, este quadrinhista, que publicava a série “Spy Vs. Spy” na revista “Mad”, já fez outras adaptações de Kafka para os quadrinhos.  Contudo, essa foi a única (até o momento) publicada no Brasil.
Quem conhece a história sabe que se trata de um drama pesado com forte psicologia onde provoca identificação com muitas pessoas que vivem a agonia familiar (muitas mesmo).  O convívio com personalidades problemáticas, que teem de ser toleradas por fazerem parte da família; a rejeição ou discriminação familiar em conter um indivíduo componente de uma minoria, e até mesmo racismo são aspectos visíveis no enredo que mostra o personagem principal metamorfoseado, num simples amanhecer, em um inseto gigante.  Seu quarto passa a ser o seu confinamento, onde seus parentes passam a enojá-lo e procuram escondê-lo do restante do mundo.  Incrível como Kafka consegue ter sua literatura sempre atual, apesar de ter sido escrita mais de 100 anos atrás.  Num mundo que se encontra cada dia mais individualista e vemos barbáries de filhos matarem pais e vice versa, não há dúvidas de que é um escrito profético de atualização constantemente natural, dentro da morbidez humana em suas crises sociais.
Quanto à arte de Peter Kuper nestagraphic novel, é grandiosa.  Se na Mad ele conseguia ohumor negro, aqui ele alcança o drama doentio psiquiátrico.  O denso contraste do preto e branco torna o conto mais sombrio, mais dramático, misterioso e incrivelmente perturbador.  A miscigenação de estilos é explícita.  Alguns quadros remetem os desenhos aocubismo, sem deixar de ser detalhista com trabalhosas hachuras.  O texto em si já é surrealista (chamado mais comumente de “literatura fantástica”).  O expressionismo se faz presente também com o clima noturno onde muitos quadrinhos são desenhos de branco sobre o fundo preto.  Impressionante a ponto de levantar o sentimento de piedade no leitor para com Gregor Samsa.
Este é o tipo de obra que deveria ser usada como didática no ensino médio e no superior.  Na qual se abre um leque de questionamentos e reflexões do ser humano para com seu próximo, para com as minorias e para com seu parentesco.  Tanto o livro quanto esta adaptação pra quadrinhos é de rápido leitura.  Contudo, a imensidão da abordagem é gigantesca por tocar o íntimo de cada um de nós (adoro essas frases ambíguas).
Conrad Editora do Brasil – São Paulo – Tradução de Cris Siqueira –Letras de Lilian Mitsunaga – 85 páginas – 2004.

domingo, 30 de outubro de 2011