Mais uma sátira do quadrinheiro João Vicente.
Bem vindo e fique a vontade. Agradecemos qualquer comentário, sugestão, crítica ou colaboração.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
sábado, 25 de janeiro de 2014
Turma da Tribo Será Destaque no Dia do Quadrinho Nacional em Macapá
A história em quadrinhos Turma da Tribo, criação de Gian
Danton com desenhos de Ricardo Manhães será lançado dia 01 de fevereiro, a
partir das 14 horas, na Biblioteca Pública Elcy Lacerda, como parte das
comemorações do dia do quadrinho nacional em Macapá. O gibi foi um dos projetos
contemplados com o edital de literatura Simãozinho Sonhador, da Secult-AP.
Turma
da Tribo é uma história em quadrinho infantil voltada para temas amazônicos,
como a preservação da floresta. Nela a realidade local, como um jantar à base
de açaí e camarão, se mistura ao traço europeu de Manhães. Repleta de
trocadilhos e palavras regionais, a série também se destaca pelo humor gráfico.
Na
história, os índios Poti, Apoema e Toró encontram uma área de floresta
devastada, com árvores caídas para todos os lados. Logo descobrem que se trata
do plano de um vilão e seus desastrados ajudantes, que pretendem se apoderar de
toda a madeira de lei da reserva. Para impedi-los, o trio contará com a ajuda
de Baquara, o inventor da tribo. Mas a grande ajuda mesmo acaba vindo de um ser
da floresta, o Caipora.

Ricardo
manhães é ilustrador e autor de história em quadrinhos. Trabalhando há mais de
14 anos para o mercado europeu de HQ , conta com participações em coleções
importantes do mercado Francês e Belga como “Les Guides en BD” e “Les Foot Furieux”, e também várias
publicações traduzidas para o Holandês. Todos os álbuns publicados, seja solo ou em participações,
somam mais de 160.000 exemplares vendidos na Europa. Em 2010 foi convidado a
fazer sua versão da Turma da Mônica, em estilo Franco-Belga de humor, para o
álbum MSP+50 em homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa.
O dia do
quadrinho nacional foi instituído em 1985 para homenagear o desenhista Ângelo
Agostini, que em 30 de janeiro de 1969 publicou a primeira tira do personagem
Nhô Quim, sendo um dos pioneiros mundiais. Desde 1985, 30 de janeiro é o dia do
quadrinho nacional. Em Macapá a data será comemorada só no dia 1 de fevereiro e
incluirá, além do lançamento do gibi Turma da Tribo, palestras e filmes.
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Crônica Sobre o Símbolo do Clube dos Quadrinheiros de Manaus
Toda classe, grupo ou estereótipo tem
algum tipo de representação simbólica. Seja um elemento natural, um caractere,
uma flâmula ou um brasão, a ideia se expressará diretamente, subjetivamente ou
metaforicamente. No gráfico, no multi dimensional ou mesmo no imaginário, a
apresentação se impõe figurante. Porém, há aquelas simbologias estigmatizadas,
que nascidas do vurmo contra cultural, são tão significantes quanto a escuridão
para a claridade.
No ano de 1992, quando o Clube dos
Quadrinheiros de Manaus foi criado, a missão de elaboração de seu símbolo, foi
delegada ao artista plástico/desenhista/poeta João Castilho Neto. Em poucos
dias, o mestre que na época contava com 42 anos de idade[1], apareceu em reunião deste grupo com o
produto final. A forma circular com o nome Clube
dos Quadrinheiros de Manaus rodeando
o desenho, mostrou-se ideal para sua aplicação propagandista e qualquer outro
tipo de atribuição. A técnica era do preto
e branco simples, na mais
fiel referência à arte autoral. O desenho em si, um animal lendo uma revista em
quadrinhos. Diga-se de passagem que, ler histórias em quadrinhos é a conjugação
que melhor define o ser quadrinheiro[2]. O bicho, um urubu. A logomarca foi acatada
unanimemente.
No decorrer de todos esses anos, o Clube
dos Quadrinheiros de Manaus ganhou muitas negações do poder público e privado
em suas empreitadas independentes, como um urubu discriminado pela grande
maioria. O quadrinheiro,
membro do Clube, dificilmente é convidado para algum tipo de parceria.
Exatamente como o urubu, um “marginal” do reino animal, que não chega nem a ser
caçado por ter carne indigesta (a única vantagem disto é não ter predador
natural). Por muitas vezes, sem nenhum tipo de recurso, o quadrinheiro, membro do Clube,
usa da criatividade, fazendo reaproveitamento e reciclagens de suas ferramentas
e de suas técnicas, para finalizar suas obras. Assim como o urubu, que encontra
em qualquer canto seu lar e em qualquer lixeira seu alimento. No seu
amadurecimento, o quadrinheiro,
membro do Clube, corrige erros de seu passado e explana sua experiência em
busca de profissionalização e dignidade em seus feitos contemporâneos[3]. Bem como o urubu que, no planar de seu
voo tranquilo, espreita sereno a todos à quilômetros de altura.
Até hoje ainda há quem não se identifique
com a nobreza deste ovíparo singular e mesmo quem não compreenda seu simbolismo
lírico urbano. Contudo, as gerações se renovam num ciclo infindável de quadrinheiros do Clube, que tomam novos rumos,
com o passar do tempo e de outros que chegam, com grande fome de produzir algo
e agregar, portando camisetas nerds,
escutando The Clash e lendo Baudelaire. Logo, não é difícil chegar a conclusão
de que nenhum outro animal ilustra com tal perfeição o Clube dos Quadrinheiros
de Manaus, como o urubu. Afinal, desprezado ou não, se trata de um animal que,
como outro qualquer, só vive o direito de manter sua espécie.
Lembrem-se que enquanto houver claridade,
haverá a escuridão, com todos os seus elementos pertinentes. Como diriam os
Titãs, “...oncinha pintada, zebrinha listrada, coelinho peludo, vão se...”.
Por: Mário Orestes Silva
[1] Até a publicação deste texto, Castilho
ainda continua em plena produção artística em Mogi das Cruzes, interior de São
Paulo.
[2] Quadrinhista ou Quadrinista,
é o nome dado àquele que faz histórias em quadrinhos, a profissão. Quadrinheiro é o termo que significa aquele que
compra, coleciona, cultua ou simplesmente lê histórias em quadrinhos.
[3] O Clube dos Quadrinheiros de Manaus acaba
de adquirir seu Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.
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