Bem vindo e fique a vontade. Agradecemos qualquer comentário, sugestão, crítica ou colaboração.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

A Metamorfose

Adaptações geralmente perdem qualidade na mudança de linguagem.  Mais ainda quando se trata de um clássico da literatura universal.  Raras são as exceções em que essas adaptações viram verdadeiras obras de arte e tornam-se referência naquilo que se propõe.  O caso em si é o livro “A Metamorfose” de Franz Kafka que virou graphic novel ilustrada por Peter Kuper.  Na verdade, este quadrinhista, que publicava a série “Spy Vs. Spy” na revista “Mad”, já fez outras adaptações de Kafka para os quadrinhos.  Contudo, essa foi a única (até o momento) publicada no Brasil.
Quem conhece a história sabe que se trata de um drama pesado com forte psicologia onde provoca identificação com muitas pessoas que vivem a agonia familiar (muitas mesmo).  O convívio com personalidades problemáticas, que teem de ser toleradas por fazerem parte da família; a rejeição ou discriminação familiar em conter um indivíduo componente de uma minoria, e até mesmo racismo são aspectos visíveis no enredo que mostra o personagem principal metamorfoseado, num simples amanhecer, em um inseto gigante.  Seu quarto passa a ser o seu confinamento, onde seus parentes passam a enojá-lo e procuram escondê-lo do restante do mundo.  Incrível como Kafka consegue ter sua literatura sempre atual, apesar de ter sido escrita mais de 100 anos atrás.  Num mundo que se encontra cada dia mais individualista e vemos barbáries de filhos matarem pais e vice versa, não há dúvidas de que é um escrito profético de atualização constantemente natural, dentro da morbidez humana em suas crises sociais.
Quanto à arte de Peter Kuper nestagraphic novel, é grandiosa.  Se na Mad ele conseguia ohumor negro, aqui ele alcança o drama doentio psiquiátrico.  O denso contraste do preto e branco torna o conto mais sombrio, mais dramático, misterioso e incrivelmente perturbador.  A miscigenação de estilos é explícita.  Alguns quadros remetem os desenhos aocubismo, sem deixar de ser detalhista com trabalhosas hachuras.  O texto em si já é surrealista (chamado mais comumente de “literatura fantástica”).  O expressionismo se faz presente também com o clima noturno onde muitos quadrinhos são desenhos de branco sobre o fundo preto.  Impressionante a ponto de levantar o sentimento de piedade no leitor para com Gregor Samsa.
Este é o tipo de obra que deveria ser usada como didática no ensino médio e no superior.  Na qual se abre um leque de questionamentos e reflexões do ser humano para com seu próximo, para com as minorias e para com seu parentesco.  Tanto o livro quanto esta adaptação pra quadrinhos é de rápido leitura.  Contudo, a imensidão da abordagem é gigantesca por tocar o íntimo de cada um de nós (adoro essas frases ambíguas).
Conrad Editora do Brasil – São Paulo – Tradução de Cris Siqueira –Letras de Lilian Mitsunaga – 85 páginas – 2004.

domingo, 30 de outubro de 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Vejo a terra prometida conta a vida de Martin Luther King em quadrinhos

Por Sidney Gusman Siga Sidney Gusman no Twitter | 20-10-2011

Vejo a terra prometida

Chegou às livrarias, pela WMF Martins Fontes, uma novidade inusitada em quadrinhos: Vejo a terra prometida (16,5 x 23,5 cm, 144 páginas R$ 44,00), que narra a vida de Martin Luther King numa verdadeira jam session, com texto do poeta afro-americano Arthur Flowers, desenhos do artista plástico bengalês Manu Chitrakar e projeto gráfico do designer italiano Guglielmo Rossi. E o livro foi publicado originalmente na Índia!

A obra retrata também a história da escravidão e da segregação racial nos Estados Unidos, sempre procurando ligar as tradições indianas de contar histórias por meio de imagens à sensibilidade do leitor contemporâneo. Os desenhos unem a tradicional pintura bengalesa em pergaminho e a narrativa dos quadrinhos.

Arthur Flowers é professor do Departamento de Inglês da Universidade de Syracuse. Nasceu em Memphis, nos Estados Unidos. Fundou a New Renaissance Guild e é um poeta performático que se considera herdeiro não só da tradição de literatura escrita ocidental, mas também da tradição oral africana.

Manu Chitrakar mora e trabalha no povoado de Naya, em Bengala, na Ásia meridional. Cantor e pintor de pergaminhos da arte pátua, faz parte de uma tradição viva de performance e artes visuais que se abre tanto para os antigos mitos e lendas quanto para as notícias e a política contemporâneas.

O italiano Guglielmo Rossi mora e trabalha em Londres. Estudou design gráfico no Central Saint Martins College of Art and Design, na capital inglesa, e se formou em desenho industrial em Gênova, sua cidade natal.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Star Maidens



Bom, eu era muito pequeno, acho que tinha uns 4 ou 5 anos de idade, não lembro o canal onde passava, mas achava legal a abertura e os discos voadores que apareciam na série STAR MAIDENS - ESCAPE TO PARADISE. No Brasil, pelo que me recordo, a série foi batizada de Fuga do Planeta das Mulheres - numa alusão ao seriado LOGAN'S RUN (Fuga do século XXIII, ou Fuga das Estrelas). O ambiente do filme é uma distopia, na qual um planeta (MEDUSA) de um outro sistema solar, tecnologicamente avançado é atingido por um cometa e isso causa o deslocamento de sua órbita e esse planeta errante passa a vagar até chegar em nosso sistema solar. A civilização desse planeta sobrevive ao cataclismo, construindo um habitat subterrâneo (para justificar a sobrevivência daquela raça, etc), onde, com o passar do tempo, passou a ser dominado pelas mulheres, e os poucos homens que restaram exercem funções servis. A premissa: os dois protagonistas da série ADAM e SHEM fogem dos auspícios das ditadoras do planeta. Duas caçadoras (FULVIA e OCTAVIA) são enviadas para os trazer de volta. Eles se refugiam na terra, onde, além da preocupação em se manterem incógnitos, se vêem às voltas com nossos hábitos e cultura alienígenas. Teve 13 episódios que estão disponíveis na rede. A trilha sonora de abertura é muito boa, e, no geral, o seriado até que é interessante.

Segue aí, o link para a trilha sonora: http://www.youtube.com/watch?v=E5u4MmCuMTk

sábado, 15 de outubro de 2011

7° Festival Internacional de Quadrinhos


É a 1° vez que o FIQ abre espaço para tantas avaliações de portfólio. Os aspirantes a quadrinistas terão a oportunidade de mostrar seus trabalhos para Eddie Berganza, Editor Executivo da DC Comics, C. B. Cebulski, Vice-Presidente Sênior de Desenvolvimento de Criadores e Conteúdo na Marvel Entertainment, e para a Komacon, agência sul coreana de quadrinistas. Ou seja, é a chance pela qual muitos esperam.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O Bastão de Watoomb nos Salvará


O BASTÃO DE WATOOMB (The Wicke Wand of Watoomb) - Trata-se de um artefato místico do Universo Marvel. Utilizado pelo Mago Xandu (vide "Não Confunda Xemnu com Xandu") trata-se de um bastão longo e cristalino (apesar se impresso na cor dourada), com cabeças dispostas em cada extremidade.

Detentor de grande poder, é controlado pelos pensamentos de seu usuário, serve para multiplicar, unir, concentrar e redirecionar as energias místicas (quais???) Como um bom bastão, o mesmo pode rebater ataques místicos, e usar a energia absorvida para manter seu usuário íntegro e/ou curar os ferimentos sofridos. Serve ainda para abrir portais para outras dimensões, dá ao seu portador capacidades psíquicas pré-cognitivas.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Produção de HQ freelance CQM







Estes são alguns dos membros do CQM na produção de uma HQ para um free lancer,
na casa de um outro membro.





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Aqui os membros Nill e Cristoffer produzindo arte final a nanquim sobre as páginas a lápis.
Uma sexta feira de muito trabalho!

Produção de HQ freelance CQM





Aqui estão algumas das páginas produzidas pelos membros do CQM para um free lancer!

Black Sabbath Cartoon

Esta série de animações com a banda inglesa Black Sabbath é muito divertida.  Os diálogos são mais divertidos ainda.  Raridades disponíveis, graças à acessibilidade da Internet.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Groo - O Errante

Sátira direta ao bárbaro cimeriano Conan (personagem em quadrinhos mais famoso do escritor americano Robert Ervin Howard), Groo – O Errante, foi criado pelo traço marcante e detalhista do premiado quadrinhista espanhol, naturalizado mexicano, Sergio Aragonés (alcançou fama na década de 60 ao produzir as marginais da revista Mad) e recebia os roteiros de Mark Evanier.  Publicado no Brasil pela Editora Abril em gibis de formato americano, alcançou boas vendas e grande recepção de crítica e fãs de boas histórias em quadrinhos.
Bem como Conan, as histórias do errante Groo acontecem numa era pré medieval qualquer e mostra um também bárbaro nômade, grande mestre na arte da batalha com espadas que não era derrotado nem por um exército completo.  Contudo, Groo tem algumas particularidades um tanto tenebrosas.  Sua personalidade é extremamente ingênua e tão desprovida de inteligência quanto uma porta.  Desculpem a gafe.  Uma porta é bem mais inteligente que Groo.  A burrice é tanta que por várias vezes ele nem sabe bem quem matar e o porque.  Por isso é constantemente explorado por usurpadores que se aproveitam de seus dotes como guerreiro, mas seus planos caem por terra sempre, devido a alguma calamidade causada pela extrema ignorância de Groo.  É comum destruição completa de cidades e vilarejos que teem o azar de receber a visita do errante.  Aliás, no tocante a azar, qualquer ponte por onde Groo passa cai e qualquer barco que ele entra, afunda.  Os mais espertos fogem assim que avistam a chegada do bárbaro, pois a infâmia de desgraçado é grande a ponto de ser lendária.  Em contra ponto ao estereótipo imaginado, este guerreiro em vez de atlético, é gordo, feio, estabanado e glutão extremamente cego por queijo derretido e carne de javali.
Alguns personagens secundários são constantes em suas histórias.  O mago que é um feiticeiro idoso, conselheiro de Groo e que sempre tem o azar de o encontrar por acaso, é visto pelo guerreiro como um grande mentor.  Um bobo de corte que cantarola as introduções das histórias se faz narrador as vezes.  Seu fiel cão Rufferto, que aparenta mais inteligência que o dono, porém ingênuo em segui-lo nas aventuras, também é companheiro de saga e remete a Dom Quixote e Sancho Pança.
O clima aventureiro bucólico de monstros, bruxas, castelos, dragões, piratas e batalhas épicas ganha todo um tom hilário com humor negro que pode gerar surpresas e gargalhadas com as sempre inesperadas situações conseqüentes da infinita estupidez de Groo.
Procure em algum sebo ou compre o que encontrar pela Internet que é diversão garantida.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Morte - O Grande Momento da Vida

Lançado no ano de 1997 pela DC Vertigo, esta mini série quinzenal em três edições, já chegou a sair recentemente em formato encadernado nos comic books luxuosos de capa dura, que agregam várias histórias do universo Sandman e custam mais caro que um membro do corpo.  Bons tempos estes quando as bancas de revistas se entupiam com lançamentos de quadrinhos adultos, fazendo a alegria e esvaziando os bolsos de toda pessoa que gostava de boa HQ.
A história de Neil Gaiman narra o drama de uma cantora rockeira lésbica que, no auge de seu sucesso, vê sua carreira ameaçada com a necessidade de assumir o seu relacionamento gay, e no ápice de sua crise existencial, conhece a sensual irmã de Morpheus.  O clima não é o mais sombrio já expresso pela Morte, mas as características góticas estão lá, como sempre onipresentes nas páginas escritas por Gaiman.
Os desenhos ficaram por conta do inglês Mark Buckingham (amigo pessoal de Gaiman, que além de já ter feito muita coisa para a DC comics, também já fez Homem Aranha e Motoqueiro Fantasma 2099 para a Marvel) é simples, mas preciso com anatomia cirúrgica e fotografia televisiva.  E também por conta do ótimo desenhista americano Chris Bachalo (já desenhou outra série da Morte, várias histórias dos X-Men dentre outros trabalhos da Marvel), que tem um aspecto mais cinematográfico em seus quadrinhos.  As capas evidentemente com a linda arte de Dave McKean que mistura desenho, pintura, fotografia e computação gráfica.  O trabalho de cores ficou para Matt Hollingsworth que não acrescentou nada de especial, deixando o destaque mais para o roteiro em si.
Em suma, Morte – O Grande Momento Da Vida, é uma novela curta que ilustra muito bem o carisma desta personagem sedutora que um dia encantará cada um de nós.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Storm

Desenhado por Don Lawrence e escrito por vários roteiristas, “Storm” foi lançado no Brasil pela Editora Abril no período de setembro de 1989 a dezembro de 1990, em formato grande, 50 páginas cada edição, toda a cores.  E alimentou a vontade daqueles que gostavam de quadrinhos de ficção científica com histórias fantásticas e uma pitada de sensualidade.
Infelizmente a saga não foi publicada aqui por completo e teve uma interrupção, sem motivos aparentes, na revista de número 10, deixando ainda mais 14 exemplares inéditos no Brasil.
Uma das lindas capas de Storm
O roteiro vaga pelo surrealismo nos estilos de Heavy Metal (revista norte americana, já citada aqui, lançada no Brasil e tido como uma das melhores publicações de histórias em quadrinhos do mundo).  Um simples astronauta conhecido como Storm tem a missão de explorar a mancha vermelha de Júpiter.  Sua nave acaba perdendo o controle e cai dentro da gigantesca mancha, fazendo o explorador intergaláctico perder a consciência.  Ao recobrar os sentidos, Storm se encontra num mundo fantástico onde seres estranhos, monstros, reinos, tecnologia desconhecida, espadas e outros elementos fantasiosos abundam.  Sem saber como sair desse universo paralelo em que entrou, Storm se vê preso a ele e passa a lutar pela sobrevivência.  Logo no início de sua jornada alucinante, conhece Carrots, uma linda, sensual e guerreira ruiva que passa a atuar ao lado do terráqueo nas mais diferentes e loucas aventuras.
Aventura, ficção científica e
muita sensualidade nas histórias
O maior destaque, sem dúvidas, vai para a arte de Don Lawrence (Donald Southam Lawrence, nascido em Londres na data de 17 de novembro de 1928 e falecido em 29 de dezembro de 2003, de pneumonia e enfisema pulmonar devido ao grande consumo de cigarro).  Seu estilo é o hiper realismo com pinturas a óleo.  A perfeita colocação das cores, as cenas de movimento intenso e a fotografia digna de filmes bíblicos, fornecem maior veracidade na leitura.  Lembrando também que a anatomia perfeita proporciona grande sensualidade nas personagens fêmeas que sempre aparecem com figurino decotado, empunhando armas e com o suor escorrendo.
Além de uma boa aula de desenho e pintura, Storm também pode servir como incentivo para divagação na leitura de quadrinhos.  Não sei se a saga está disponível pra download, mas marcando presença nos sebos, cedo ou tarde pode se encontrar alguns exemplares.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Becky Cloonan sobre os Quadrinhos




"No momento em que eu parar de amá-los, vou procurar alguma outra coisa para fazer. Quadrinhos são trabalho árduo. Quadrinhos não dão descanso. Quadrinhos vão partir seu coração. Quadrinhos são financeiramente insatisfatórios. Quadrinhos não oferecem muita coisa em termos de fortuna e glória, mas lhe darão total liberdade de contar as histórias que você quer contar, mais do que qualquer outra mídia." - Becky Cloonan, desenhista norte-americana. Trabalho nas séries Demo (independente), East Coster Rising (Tokyopop) e American Virgin (DC/Vertigo).

Fonte: Newsarama. (em inglês)

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Quadrinheira Especialista em Blues

                 Virgínia Allan é integrante do Clube dos Quadrinheiros de Manaus. Neste vídeo, expõe seus conhecimentos e seu envolvimento com o blues.