Um dos maiores objetivos das histórias em quadrinhos é o entretenimento, logicamente que a diversão está diretamente implícita neste vetor. Por ventura encontram-se outros teores como informação, contexto sexual, subversão, documentação, educação etc. No caso de Capitão Presença, a diversão é o expoente elevado ao exagero inimaginável. Sendo esta uma HQ a visar um público leitor que, no mínimo, conheça a tão maldita Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha.
Personagem nacional criado pelo carioca Arnaldo Branco (quadrinhista que publica tiras nas revistas Bizz, Tarja Preta, Sexy e no Diário da Manhã de Goiânia), Capitão Presença é um anti herói que sempre surge pra salvas qualquer usuário de maconha com um estoque gratuito, quando a erva está em falta; eis a origem de seu nome. Seu super poder, Além da faculdade de voar, está na habilidade de sempre ter em sua posse uma quantia satisfatória da Cannabis. Habilidade esta que, por ventura, falha, levando todos ao desespero. Vez ou outra, o barbado também sofre embates com “autoridades legais”, devido à “natureza de seu perfil”. Antes da acusação de apologia às drogas, deve-se considerar o direito de liberdade de expressão explorado na arte que apresenta um personagem humorístico criativo, caricato em sua essência e que não prega o uso da droga em questão. Seu visual é do típico flerte com a causa. Barba por fazer, as vezes pupilas dilatadas, porte não atlético (beirando o franzino), cabelos compridos, um baseado no canto da boca e roupa totalmente verde com a sweet leaf estampada no peito. Artefatos como isqueiros, piteiras, narguilês e outros, podem fazer parte de seus utensílios em suas histórias que variam de tiras a páginas corridas. Presença não é o único protagonista. Seu universo abrange histórias com outros personagens. “Super Aba” que é uma espécie de ajudante, ironicamente, mirim; “Malhado” o seu fiel cão de guarda e “Mané Bandeira” que faz jus ao nome em sempre se deixar flagrantear. Por incrível que pareça, o ícone dos maconheiros nos quadrinhos, já teve um comic book de 144 páginas publicado pela editora Conrad (disponível a venda pela internet) e conta com a colaboração de nomes como Daniel Azulay, Laerte, dentre outros menos conhecidos. Um fato curioso diz respeito aos direitos autorais do personagem que são livres para uso de produção por quem desejar. Isso faz com que seja fácil encontrar o Presença nos mais variados traços e estilos.
Não precisa ser usuário de maconha pra gostar das bem humoradas histórias. Aliás, todo mundo conhece alguém ou algum caso deste meio. O que vale então, é o olhar cômico do leitor para a peculiaridade em si. Mesmo sem considerar a polêmica, Capitão Presença é um projeto corajoso, underground, pós-moderno, necessário para a quebra de paradigmas e referência para os quadrinhos alternativos.
Procure ler que á diversão garantida.
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