Bem vindo e fique a vontade. Agradecemos qualquer comentário, sugestão, crítica ou colaboração.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Próximo Encruzilhada Vertical

Próximo sábado (dia 7 de maio) o programa Encruzilhada Vertical, apresentado por Augusto Severo, com participação de Mário Orestes, alguns membros do Clube Dos Quadrinheiros De Manaus e prováveis convidados.  O assunto debatido será “Nos Tempos De Escola - 2° tempo”.  O público poderá escutar o programa na rádio Vertical (http://www.radiovertical.com/), das 16:00 as 18:00 (horário Manaus) e interagir com os participantes pelo MSN (encruzilhadavertical@hotmail.com).  Lembrando que um pouco antes o próprio Orestes apresenta o programa Vertical Classic Rock (14:00 as 16:00, sempre horário Manaus).

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sangue Ruim

Escritor e desenhista norte americano contemporâneo, Joe Coleman ganhou certa notoriedade pela peculiaridade sombria de seu trabalho.  Seus contos são dramatizações da atividade de seriais killers.  Até aí nada de anormal, a questão é que ele narra histórias baseadas em fatos verídicos que estão entre o bizarro e o aterrorizante.  Levando-se em conta que os Estados Unidos da América, é o país que mais concentra seriais killers no mundo, Coleman tem um farto campo pra exploração de seus contos.  O que torna a leitura mais interessante ainda é que sua narrativa é na primeira pessoa sempre mostrando o ponto de vista doentio do assassino em questão.  Cada conto é uma viagem alucinante que logicamente termina em violência, tortura, estupro e muito sangue.  Chega a ser repugnante em alguns pontos e pode causar náuseas naqueles que não estão preparados para encarar esta realidade obscura do ser humano moderno.  Outro forte ponto de Coleman são suas ilustrações.  Sim, além de escrever ele também ilustra os próprios contos.  São dezenas de ilustrações mostrando uma produtividade incansável e que retratam perfeitamente suas palavras, visto que ele consegue traduzir nos desenhos a insanidade de seus personagens.  Ao contrário do que se possa imaginar, não são desenhos toscos.  A riqueza de detalhes se faz presente com hachuras constantes, expressões faciais dos sentimentos em jogo e ótimo contraste de luz e sombras que realça o preto e branco.  A harmonia é perfeita e instigante, chega a ser perturbadora.  Leitura que pode incitar o sonho (ou pesadelo) durante o sono.
Conforme palavras do mestre Robert Crumb: “O trabalho de Joe Coleman tem a contundência de alguém comprometido em um esforço urgente para preservar sua própria sanidade.  Sua arte visual é, para o meu gosto, uma das melhores existentes nos dias de hoje.
Pra finalizar esta resenha, uma pérola soltada pelo psicopata mais genial que já existiu, Charles Manson: “Joe Coleman é um homem das cavernas em uma espaçonave.
Sangue Ruim, 2005, Editora Conrad, tradução de Tatiana Öri-Kovacs, 175 páginas.
Por: Mário Orestes

segunda-feira, 18 de abril de 2011

O Livro do Clube dos Quadrinheiros de Manaus

Certo dia, no ano de 2004, o professor Tenório Telles (escritor, poeta, dramaturgo, membro da Academia Amazonense de Letras e Administrador da Editora Valer) me chamou pra uma conversa em particular.  Imaginei: “Pronto!  Ele soube de nossos podres e pedirá nossas cabeças.  Nos chamará de maconheiros, vagabundos e tudo mais que não presta”.  Fiquei surpreso quando ele disse que veicularia uma parceria entre Editora Valer e a Editora da UFAM pra lançar um comic book do Clube dos Quadrinheiros de Manaus e ainda me convidou pra organizar o livro.  Com uma proposta irrecusável como essa, tratei de reunir o grupo e comunicar o convite.  Fiz uma seleção abrangendo o maior número de autores (dentre desenhistas e roteiristas), onde usei como critério de seleção, aquilo que considero como a obra prima de cada um e algumas poucas histórias emblemáticas do grupo.
Capa do livro ilustrada por Rogério Romahs
Já tínhamos as histórias, apenas estipulei uma ordem sequencial e comecei a coletar os originais.  Algumas não consegui por puro desleixo dos devidos autores, então tivemos de tirá-las de fanzines onde elas foram publicadas.
Começou o chato processo de edição.  Eu ia constantemente ao escritório da Editora.  Pegava chá de cadeira de quarenta minutos a uma hora pra escutar o funcionário dizer: “Olha, o trabalho está ficando assim.  Me diz o que tu acha e eu altero depois porque agora estou ocupado com o livro do Thiago de Mello”.  Ou então dizia: “Volta semana que vem, porque agora estou ocupado com a edição de um catálogo de culinária”.  Essa enrolação demorou um ano.  Eu me sentia um trapo quando tinha de ir ao escritório.  Nas reuniões já tinha gente que não acreditava mais nesse livro e alguns chegaram a comentar que isso era viagem minha e que não existia livro nenhum.
No primeiro trimestre de 2005, finalmente o livro ficou pronto.  Impresso o trabalho, verifiquei algumas falhas e outras coisas que poderiam ser melhoradas, mas o parto estava feito e o filho não poderia mais ser negado.  Fizemos uma modesta festa de lançamento no Espaço Cultural Valer, divulgamos nos meios de comunicação e distribuímos os exemplares de direto pra cada autor.  No mesmo ano o livro foi um dos representantes do Estado do Amazonas na Bienal Internacional do Livro em São Paulo e recebeu excelentes críticas da mídia em geral.  Exemplares a venda podem ser encontrados na Livraria Valer e na Livraria da UFAM.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Front Zine

O “Front Zine” era uma página semanal, publicada aos sábados, no extinto “Jornal do Norte” em 1996 e produzida pelo Clube dos Quadrinheiros de Manaus, mais precisamente pelos membros: Daniel Dante, Fábio Prestes, João Vicente, Bruno Cavalcante e este que vos escreve.  Curiosamente Vicente tinha que assinar o trabalho com o pseudônimo de “Teckiller” por ser funcionário do jornal “A Crítica” e Bruno Cavalcante, que passou a fazer parte da equipe somente a partir do número 12, como sempre muito excêntrico, assinava com “B%C2”.  O jornal acabou em pouco tempo por tratar-se de uma grande “lavagem de dinheiro” de um certo Governador que tínhamos e ainda hoje mama nas tetas públicas.
A diagramação e a arte central da página eram feitas por Fábio Prestes.  Os demais cuidavam do trabalho de pesquisa dos textos e da contribuição com as fotos e ilustrações.  Primeira empreitada profissional do Clube que rendeu uns trocados pra cada membro, a folha era influenciada por parapsicologia, mangá, cibercultura, ultra violência, cultura gótica e punk rock.
Como se tratava de um trabalho jornalístico que abordava cinema, quadrinhos, fanzines, música e tudo a respeito com cultura alternativa, os textos anunciavam novidades daquela época.
Temos 13 desses trabalhos em forma de quadros que estão disponíveis pra exposição itinerante e até já foram expostos em alguns espaços culturais.
O Front Zine era chamado de “inovação gráfica” pela maioria e “lixo visual” por alguns funcionários conservadores do jornal.  Vocês entenderão o porque, quando verem a evolução do trabalho a cada número.

Texto por: Mário Orestes.